Certa vez, visitei um terreiro que se identificava como sendo “de Umbanda”, cujo nome, por questão de ética, prefiro não mencionar para não ferir a merecida notabilidade do autêntico mentor, do qual fora furtada a denominação.
Sabemos que tal casa, há muito, teve suas portas fechadas em caráter definitivo, provavelmente por razões óbvias e sob a ação dos Planos Superiores da Espiritualidade que não se dispuseram a se fazerem coniventes com o fomento da vaidade, da irresponsabilidade e das mentiras que ali pululavam diante dos olhos dos incautos despreocupados com o verdadeiro compromisso exigido pela nobre missão mediúnica.
Entre os vários procedimentos estapafúrdios que lá, infelizmente tivemos o desprazer de observar, despertou-nos especial atenção a espetacular facilidade com que a “mãe-de-santo” dominava e conduzia o seu nada modesto grupo de sensitivos e elementos ditos sob a influência de Entidades neles incorporadas. Havia algo em torno de umas sessenta pessoas que, sob o efeito de um simples brado dado pela “sacerdotisa” que se interpunha ao centro de um grande círculo por elas formado por mãos dadas, entravam num transe imediato, todos a uma só vez, fazendo transparecer que a engira tivesse sido invadida por toda a população das várias aldeias de índios desencarnados ou dos grupos étnicos africanos habitantes das camadas etéreas.
Sempre num tom arrogante e arbitrário, exorbitante e autoritário, aquela senhora, do núcleo da grande corrente, gritava: “FORÇA DE CABOCLOS!” e instantaneamente, tais legiões acorriam para atender ao seu chamado e o mesmo se dava quando, com idêntica postura, evocava às demais linhas espirituais, mostrando um absolutismo incomparável e capaz de fazer inveja a qualquer Senhor Feudal.
Oras!, diante de tamanha competência, vimo-nos animados a estudar aquele incomum fenômeno com mais profundidade, afinal, tratava-se de uma manifestação inusitada e ao mesmo tempo estranha pela inversão de autoridades. Seu subjugo sobre os representantes de Aruanda deixara-nos pasmos e saímos dali carregados de dúvidas e interrogações:
Seria ela um espírito encarnado dotado de imensurável ascendência sobre todos os demais? – pensamos – Estariam aquelas pessoas agindo sob a influência de uma força hipnótica ou anímica e, por isso, induzidas a uma representação teatral? Ou, talvez eu é que não estivesse a altura de compreender como se processava aquele mecanismo por não estar inteirado da modernidade disseminada e imposta pelos Guias e Protetores Espirituais em meio àqueles “escolhidos”.
Os dias, meses, anos e décadas se passaram e nunca mais nos deparamos com ritual semelhante em nenhum dos templos em que nos fizemos presentes, quer como convidados, quer como meros espectadores, ocasiões em que fazíamos nossas pesquisas e perguntávamos aos respeitáveis espíritos que se apresentavam ao serviço da doutrina umbandista e da caridade se aquilo era possível de acontecer e, todos eles, sempre, respondiam de forma taxativa, que não, dando-nos a seguinte explicação:
“Inicialmente, temos de considerar que, nem todos os indivíduos que se acham vestidos de branco no âmbito sagrado de uma engira ou auréola de terreiro são médiuns de incorporação, depois, o perfeito ajuste ou entrelaçamento de nossas energias com as dessas pessoas não depende, unicamente, de suas próprias vontades, pois, há necessidade de que também o queiramos fazer. Além disso, tais equilíbrios somente são conseguidos após testarmos todos os canais de vibrações ativos de que o médium dispõe (os chamados chakras). A incorporação dos espíritos de grau evolutivo também se dá em função das energias ou vibrações oferecidas pelo templo através das emanações provindas de seus pontos fundamentais e de seus assentamentos (núcleos de sustentação da casa). Outros fatores, tais como: o estado físico, mental e psicológico do médium e a nossa disponibilidade de tempo para o atendimento de sua evocação, já que não somos escravos do desejo de nenhum encarnado e temos muitas outras tarefas a executar, quer neste como em outros planos do universo, completam o quadro das dependências para que tal aconteça a contento. Somente os nossos infelizes irmãos, ainda presos aos vícios, às degradações e às maldades, tidos como quiumbas, trevosos, rabos de encruza, ignorantes e perversos é que violam o livre-arbítrio dos filhos da seara de Umbanda, desavisados e distraídos no “Orai e Vigiai” preconizados pelo Mestre Oxalá e, dessa maneira, tornam-se vítimas diretas da ação dessas hostes ainda cegas para a verdadeira luz. Todas as expressões de comunicação que necessitamos estabelecer com o mundo terreno só se concretizam, de forma individual, eqüitativa ao potencial de nossos intermediários e com a anuência dos Estratos Superiores onde vibram nossos Mestres, orixás e a própria Divindade”.
- O que é preciso para que os médiuns se prestem a incorporações indubitáveis? – questionei-os, buscando aprender com tais detentores do saber.
“Usar das ferramentas mais eficazes que daqui do nosso plano facilmente somos capazes de reconhecer. Os seus nomes são: VERDADE e HUMILDADE”.
Texto de Pai Silvio Ferreira da Costa Mattos – sacerdote e presidente fundador da APEU – Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba – Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba – Rua Romildo Finozzi, 137 – Jardim Catarina – (Zona Leste) – São Paulo – SP – Cep: 03910-040 – Fone: (11) 6911-4198 ou 6724-9522. Visite o site: www.apeu.rg.com.br
Extraído do livro de sua autoria: “Casos Reais Acontecidos na Umbanda”(no prelo).
Autor da obra: O ARRAIAL DOS PENITENTES – Editora Cristális
Assista o programa MEDIUNIDADE E UMBANDA, pela Web TV SARAVÁ UMBANDA – www.tvsu.com.br
Sabemos que tal casa, há muito, teve suas portas fechadas em caráter definitivo, provavelmente por razões óbvias e sob a ação dos Planos Superiores da Espiritualidade que não se dispuseram a se fazerem coniventes com o fomento da vaidade, da irresponsabilidade e das mentiras que ali pululavam diante dos olhos dos incautos despreocupados com o verdadeiro compromisso exigido pela nobre missão mediúnica.
Entre os vários procedimentos estapafúrdios que lá, infelizmente tivemos o desprazer de observar, despertou-nos especial atenção a espetacular facilidade com que a “mãe-de-santo” dominava e conduzia o seu nada modesto grupo de sensitivos e elementos ditos sob a influência de Entidades neles incorporadas. Havia algo em torno de umas sessenta pessoas que, sob o efeito de um simples brado dado pela “sacerdotisa” que se interpunha ao centro de um grande círculo por elas formado por mãos dadas, entravam num transe imediato, todos a uma só vez, fazendo transparecer que a engira tivesse sido invadida por toda a população das várias aldeias de índios desencarnados ou dos grupos étnicos africanos habitantes das camadas etéreas.
Sempre num tom arrogante e arbitrário, exorbitante e autoritário, aquela senhora, do núcleo da grande corrente, gritava: “FORÇA DE CABOCLOS!” e instantaneamente, tais legiões acorriam para atender ao seu chamado e o mesmo se dava quando, com idêntica postura, evocava às demais linhas espirituais, mostrando um absolutismo incomparável e capaz de fazer inveja a qualquer Senhor Feudal.
Oras!, diante de tamanha competência, vimo-nos animados a estudar aquele incomum fenômeno com mais profundidade, afinal, tratava-se de uma manifestação inusitada e ao mesmo tempo estranha pela inversão de autoridades. Seu subjugo sobre os representantes de Aruanda deixara-nos pasmos e saímos dali carregados de dúvidas e interrogações:
Seria ela um espírito encarnado dotado de imensurável ascendência sobre todos os demais? – pensamos – Estariam aquelas pessoas agindo sob a influência de uma força hipnótica ou anímica e, por isso, induzidas a uma representação teatral? Ou, talvez eu é que não estivesse a altura de compreender como se processava aquele mecanismo por não estar inteirado da modernidade disseminada e imposta pelos Guias e Protetores Espirituais em meio àqueles “escolhidos”.
Os dias, meses, anos e décadas se passaram e nunca mais nos deparamos com ritual semelhante em nenhum dos templos em que nos fizemos presentes, quer como convidados, quer como meros espectadores, ocasiões em que fazíamos nossas pesquisas e perguntávamos aos respeitáveis espíritos que se apresentavam ao serviço da doutrina umbandista e da caridade se aquilo era possível de acontecer e, todos eles, sempre, respondiam de forma taxativa, que não, dando-nos a seguinte explicação:
“Inicialmente, temos de considerar que, nem todos os indivíduos que se acham vestidos de branco no âmbito sagrado de uma engira ou auréola de terreiro são médiuns de incorporação, depois, o perfeito ajuste ou entrelaçamento de nossas energias com as dessas pessoas não depende, unicamente, de suas próprias vontades, pois, há necessidade de que também o queiramos fazer. Além disso, tais equilíbrios somente são conseguidos após testarmos todos os canais de vibrações ativos de que o médium dispõe (os chamados chakras). A incorporação dos espíritos de grau evolutivo também se dá em função das energias ou vibrações oferecidas pelo templo através das emanações provindas de seus pontos fundamentais e de seus assentamentos (núcleos de sustentação da casa). Outros fatores, tais como: o estado físico, mental e psicológico do médium e a nossa disponibilidade de tempo para o atendimento de sua evocação, já que não somos escravos do desejo de nenhum encarnado e temos muitas outras tarefas a executar, quer neste como em outros planos do universo, completam o quadro das dependências para que tal aconteça a contento. Somente os nossos infelizes irmãos, ainda presos aos vícios, às degradações e às maldades, tidos como quiumbas, trevosos, rabos de encruza, ignorantes e perversos é que violam o livre-arbítrio dos filhos da seara de Umbanda, desavisados e distraídos no “Orai e Vigiai” preconizados pelo Mestre Oxalá e, dessa maneira, tornam-se vítimas diretas da ação dessas hostes ainda cegas para a verdadeira luz. Todas as expressões de comunicação que necessitamos estabelecer com o mundo terreno só se concretizam, de forma individual, eqüitativa ao potencial de nossos intermediários e com a anuência dos Estratos Superiores onde vibram nossos Mestres, orixás e a própria Divindade”.
- O que é preciso para que os médiuns se prestem a incorporações indubitáveis? – questionei-os, buscando aprender com tais detentores do saber.
“Usar das ferramentas mais eficazes que daqui do nosso plano facilmente somos capazes de reconhecer. Os seus nomes são: VERDADE e HUMILDADE”.
Texto de Pai Silvio Ferreira da Costa Mattos – sacerdote e presidente fundador da APEU – Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba – Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba – Rua Romildo Finozzi, 137 – Jardim Catarina – (Zona Leste) – São Paulo – SP – Cep: 03910-040 – Fone: (11) 6911-4198 ou 6724-9522. Visite o site: www.apeu.rg.com.br
Extraído do livro de sua autoria: “Casos Reais Acontecidos na Umbanda”(no prelo).
Autor da obra: O ARRAIAL DOS PENITENTES – Editora Cristális
Assista o programa MEDIUNIDADE E UMBANDA, pela Web TV SARAVÁ UMBANDA – www.tvsu.com.br