terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Convite - Louvação a Oxóssi e Comemoração do 36º Aniversário da APEU


A RAIZ INDÍGENA NA UMBANDA

Imagem relacionadaEmbora muitos não acreditem e não aceitem, a Umbanda é uma religião cristã e genuinamente brasileira. Neste contexto, a abordagem que far-se-á é indigenista e não africanista. Por quê? Devido à supervalorização, até por parte de muitos umbandistas, da cultura negro-africana, do culto aos Orixás das nações de Candomblé, criou-se uma ofuscação da questão indígena. Facilmente encontramos vasta literatura a respeito da cultura africana e muito pouco, quase nada, sobre a riquíssima indígena brasileira no que se refere a Umbanda, sendo esses índios formadores de nossa raiz ancestral e cultural. Muitos irmãos de fé dizem que a raiz-origem da Umbanda está na África. Muitos até dizem ser a Umbanda uma ramificação do Candomblé. Um fato inquestionável e indiscutível, na minha opinião (Hugo Saraiva), é que os negros africanos muito contribuíram para o surgimento do que hoje chamamos de Umbanda em solo brasileiro, mas, acredito que a raiz da Umbanda esteja na Espiritualidade. Utilizou-se ela (a espiritualidade) da miscigenação das raças e pluralidade cul-tural e teológica existente no Brasil para difundir uma "religião única", baseada na caridade e no amor ao próximo. Por ser uma filo-religião dos espíritos de Deus, os mesmos, com a permissão de Oxalá, se apresentam no mundo físico numa forma de pronto-socorro espiritual, religando o homem ao Divino através de seu en-contro e harmonização com as forças da natu-reza. Podemos então perceber que a raiz da Umbanda não está no Homem, mas sim no Espírito de Deus. Talvez devido a este fato, a Umbanda não tenha uma codificação, como o espiritismo (kardecismo) tem. Não tem um codificador (apesar de muitos irmãos quererem codificá-la) justamente para não criar certos dogmas e mitos, para não impor uma concepção única a respeito da Espiritualidade, dando-se a liberdade para que os irmãos se utilizem dos segmentos teológico-religioso que mais tiver afinidades, mas sabedor que só se chega ao Pai Maior utilizando-se da caridade desinteressada como prova de amor ao próximo, praticando assim o Evangelho de Jesus, tal qual nos foi revelado. A raiz africanista de que muitos irmãos falam, parte da forte influência da cultura negra no processo de miscigenação que "fundou" nossa religião. No entanto, esses mesmos irmãos não atentaram a analisar a Umbanda sob a perspectiva indígena. Ao chegarem os brancos europeus e posteriormente os negros escravos no Brasil, já existia aqui uma raça e uma cultura predominante: os Tupi-Guaranis e Tupinambás. Os índios, na época, já tinham seus ritos religiosos e magísticos, danças típicas como a Aruanã, danças totêmicas dos Tupis, tambores, amplo
conhecimento do poder das ervas, a faculdade mediúnica da vidência, cultuavam e reverenciavam as forças da natureza como manifestações da Divindade, tendo cada uma, um deus respectivo, que, inclusive, podemos associar aos Orixás da Umbanda. Vejamos a teogonía indígena:
 
 
Nome
Significado
Na Umbanda
Tupã
Deus Sol
Deus/Zambi
Caramuru
Deus Trovão
Xangô
Aimoré
Deus Caça
Oxóssi
Urubatã
Deus Guerra
Ogum
Yara
Deus Água
Yemanjá
Jandirá
Deus Rios
Oxum
Mitã
Criança
Ibeijadas
Jurema
Divindade
Caboclas
Estes são alguns exemplos e creio que muitos irmãos devem estar surpresos com estas informações, pois não costumamos valorizar nossa própria cultura, nossa brasilidade. Percebemos aqui, semelhanças entre cultos e rituais afro e indígenas. Raças diferentes, continentes dife-rentes, culturas diferentes. Tudo coincidência? Acredito eu, que tudo isto mostra a Essência Divina que se manifesta em todas as partes, de acordo com a cultura, a estrutura social e a he-rança religiosa de cada povo.
Fonte: Site A Umbanda com amor
Extraído do Jornal Umbanda Branca - Ano IV – Nº. 32 – Janeiro/2008