segunda-feira, 15 de abril de 2013

Vamos passar a vassoura?

Talvez para alguns o título de tal matéria sugira a idéia de se realizar uma grande e salutar depuração dentro do Movimento Umbandista, isolando de nosso meio religioso certos indivíduos (médiuns) que insistem tentar macular o nobre e perene labor da Espiritualidade, expondo negativamente a religião e colocando em risco a missão de honrados e abnegados medianeiros de nosso referencial de fé. No entanto, deixemos este assunto para um futuro próximo, lembrando que ninguém engana o mundo espiritual, colhendo cada um aquilo que semeou. Nossas observações serão direcionadas para o atual estado do físico das instalações onde se desenvolvem os trabalhos litúrgico-magísticos de nossa Divina Umbanda.

Sabemos, ou deveríamos saber, que os Templos Umbandistas são uma extensão de nossos lares, a nossa segunda casa, onde vivenciamos os fatos e atos de nossa jornada encarnatória, devendo por isso receber os mesmos cuidados de manutenção, a fim de podermos usufruir da alegria e da satisfação de ali estarmos, recebendo os eflúvios visuais de ambienta limpo e organizado.

Alicerçados pela idéia supracitada, é crucial que os responsáveis pela administração material dos terreiros fiquem atentos às necessidades reclamadas pelas dependências internas e externas daquele espaço de caridade, onde seus partícipes (médiuns e assistentes) devem sentir prazer e orgulho de serem membros de iluminada seara de amor, sorvendo e refletindo a terceiros a benéfica atmosfera presente no lugar.

Asseveramos o quanto faz bem àqueles que exercem funções templárias ou procuram socorro espiritual, observarem a instituição que freqüentam ter como um de seus atributos maiores a conservação e a limpeza da edificação. E como é bom sentirem-se integrados a uma Casa Umbandista bem pintada, com vestiários e banheiro em completa assepsia, salão de trabalhos mediúnico-espirituais organizado’limpo e suavemente aromatizado, assistência com assentos em perfeito estado de uso, iluminação adequada etc., peculiaridades condizentes com um lugar sagrado, ascencionado e vibrado.

Não queremos dizer com isto que as instituições umbandistas devam se transformar em palácios suntuosos, ricamente ornamentados, onde a vaidade, a arrogância e a luxúria se apresentem sem-igual.Deixemos que alguns núcleos ditos protestantes realizem ou continuem a realizar tal empreitada, uma vez que se constituem em empresas arrecadadoras de dinheiro, e como tais precisam se valer do impressionismo visual para atrair os incautos e assim alcançarem sua finalidade espoliatória.

Afirmamos sim que os terreiros podem e devem ter fachada simples, mas conservada; piso de cimento bruto, mas lavado; cantina e banheiros pequenos’mas limpos e com material de higiene; bancos ou cadeiras da assistência toscos, porém aptos a serem utilizados.

Muitos poderiam estar pensando que é muito fácil falar dos problemas e de suas soluções, sendo na prática difícil de resolve-los. Concordamos em parte com os que assim pensam. Realmente vivemos dias difíceis financeiramente falando, e fica prejudicada a doação de numerário para o templo. Mas é justamente nestes momentos que devemos nos valer de nossa criatividade e do amor que temos pela Umbanda para dirimirmos ou equacionarmos tais desafios. Conhecemos muitos terreiros que realizam campanhas periódicas com finalidades específicas, como por exemplo para a pintura do prédio-sede, reforma de banheiros e vestiários, para a construção ou reforma da cantina, colocação de pisos cerâmicos etc. Deste modo o dinheiro é arrecadado de forma suave, em certo tempo, não sacrificando as economias dos colaboradores.

Além das campanhas periódicas, da cantina e das mensalidades dos associados, uma outra fonte de captação de recursos, que é legal, legítima e correta é a realização de almoços,chás e bingos beneficentes, onde além de se estreitar os laços de fraternidade entre os freqüentadores do lugar religioso, há a oportunidade de se conseguir moeda corrente para a realização de obras e serviços.
O que não se admite é a desídia, o pouco caso revelado por alguns administradores no tocante as precárias condições estruturais e de higiene das instituições umbandistas sob suas responsabilidades. São vestiários e banheiros sujos, desarrumados, cantina sem as mínimas condições de uso, congas empoeirados, cortinas encardidas, assentos quebrados, salão de atendimentos imundo, goteiras, vazamentos hidráulicos, paredes com infiltração, lâmpadas queimadas, curto-circuito, e uma série de outras situações lamentáveis que inviabilizam total ou parcialmente os trabalhos umbandistas.

Costumamos ouvir de alguns como justificativa ao comportamento que citamos acima de que os espíritos atuam em qualquer lugar, sob qualquer estado, em qualquer hora, sem se importarem com tais questões já apresentadas. Ledo engano.

Ë notório que as condições de limpeza e organização de um terreiro são ferramentas de valor para os bons espíritos em suas atividades. Um pouco de raciocínio e descobre-se o que a assepsia material pode fazer percutir no plano espiritual.

Presidentes administrativos de terreiros, diretores materiais de culto, comandantes físicos, chefes mediúnicos, tenhamos um pouco mais de amor, atenção e cuidado para com a conservação dos Templos Umbandistas, ações que com certeza irão espelhar nosso respeito à SAGRADA LEI DE UMBANDA.

Salve a Umbanda !!!!
 
Fonte: Jornal Umbanda Hoje

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