segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Unidade Doutrinária Umbandista


A Umbanda é dinâmica e se adapta aos prosélitos em seus anseios espirituais, desapegada de dogmas intocáveis e engessamentos doutrinários. Como se encerra seu primeiro centenário, período cíclico de sua afirmação, para angariar o máximo de fiéis no menor tempo possível, suas lideranças terrenas não se preocuparam em buscar uma unidade doutrinária mínima. Ela vicejou num meio caracterizado pela variedade de ritos, cultos e símbolos que tendem à “umbandização”, acrescidos do sincretismo, como “aval” para a inclusão urbana e social num habitat cultural predominantemente católico.
Obviamente haverá continuação desse movimento de forma mais digna, ficando a doutrina de umbanda “depurada”, sem traumas ou imposições das lideranças, fato essencial para sua estabilidade; doravante, isso ensejará constante estudo, no sentido de conduzi-la, no plano físico, a um conquistado e merecido conceito de religião estruturada, a serviço da coletividade encarnada e desencarnada da pátria verde e amarela,
A umbanda é produto da evolução espiritual, como tudo no Cosmo. Estando suas origens contidas nas filosofias orientais, com fragmentos mais ou menos acentuados, dependendo de sua origem étnica e geográfica, quanto mais pesquisados os cultos que deram origem às religiões, do mundo antigo e primitivo ao civilizado e cosmopolita, mais facilmente serão constatadas a procedência e veracidade dos fundamentos umbandistas, desde os idos da antiga raça vermelha, na Atlântida. Verificai a Sabedoria Divina nessa reunião das práticas e crenças dos índios, negros e brancos do Brasil, que vibra em harmonia com nossos compromissos assumidos no Espaço, neste momento consciencial da coletividade terrena, consoante a nova raça que se formará na crosta, fraterna e universalista, num amálgama entre as culturas e filosofias do Oriente e do Ocidente.
O conhecimento das leis universais estimula aqueles que o detêm. Seres do “lado de cá” indicam fraternalmente o respeito às diferenças, mas sem abrir mão de diretrizes e princípios básicos que norteiam a Umbanda: o amor e a caridade crística.
E necessário ampliarmos o entendimento do mediunismo, que não se limita ao espaço da porta de acesso para dentro dos terreiros, mostrando as distorções ritualísticas que aconteceram no processo de inclusão social, nas comunidades da religião nascente, além dos aspectos esotéricos no piano espiritual, em que a Umbanda é movimento doutrinário arquitetado do piano astral para a Terra.
Inquestionavelmente a umbanda nasceu em solo brasileiro, abrigando influências religiosas indígenas, negras e brancas. Unem-se em suas práticas, tal como está estruturada atualmente, em doutrina mediúnico-espiritualista de terreiro, espíritos de caboclos, pretos velhos e crianças, além de todas as outras formas e “raças” espirituais que as entidades do plano astral utilizam para fazer a caridade, tendo em vista que a umbanda é guindada à universalidade no intercâmbio mediúnico, preponderantemente com influência africanista, em seu aspecto positivo, benfeitor. E o contrário da rotina fetichista e atávica dos ritos de alguns terreiros eminentemente de cultos africanos e indígenas já distorcidos dos rituais ancestrais das nações e tribos originais de que são procedentes, o que podeis denominar práticas mágicas populares, que não se enquadram nas “normas” do culto umbandista ditadas pelo missionário e luminoso Caboclo das Sete Encruzilhadas, particularmente quanto à gratuidade, dispensa de oferendas votivas com sacrifícios animais e não-utilização de sangue ritualístico.
Respeitosamente, e sem excluir nenhuma forma de mediunismo que almeja a caridade com o Cristo, diante da saudável diversidade da Umbanda, faz-se necessário, neste momento da formação da consciência coletiva umbandista, se distinguir as práticas mágicas populares, distorcidas diante das leis de causalidade que regem a harmonia cósmica, do verdadeiro movimento de umbanda, que se espraia na Terra provindo do Espaço com a finalidade de interiorizar nos corações o “espírito” da caridade.
As normas de culto ditadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas servem como balizadores àqueles que estão em dúvida sobre se os terreiros que freqüentam são amparados ou não pela Divina Luz. Está claro que toda sorte de mediunismo tem um valor diante da inexorável evolução dos seres, desde que a cada um seja dado em conformidade com seu merecimento e afinidade, necessidade de retificação e capacidade de assimilação, nada se perdendo do rumo do Pai.
Fonte de Pesquisa: A Missão de Umbanda - Norberto Peixoto p/ Ramatis

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