A Umbanda é um caminho que conduz a pessoa à sua evolução espiritual. Essa é a missão de todas as religiões.
Porém, está enraizado na sociedade moderna que as religiões também estariam aqui para nos direcionar a uma condição de "super protegidos", ou seja, dalí em diante nada de mal poderia acontecer a nós, afinal, agora somos um "filho de fé", um "irmão", etc.
Quantas pessoas vão à procura da Umbanda na ânsia de resolver seus problemas físicos, psicológicos, materiais e espirituais? Muitas. Quantas procuram a religião porque querem desenvolver o seu amor universal? Pouquíssimas.
Mas, embora essa seja uma verdade, não é um problema, afinal, é através da prática da caridade que evoluímos; uma coisa leva a outra.
Porém, muitos daqueles que um dia foram pedir algo, passam a frequentar o terreiro e cedo ou tarde, passam a fazer parte da corrente mediúnica. Serão cambones, médiuns de incorporação, ogãs, fiscais de gira, e é exatamente a partir daí que começam os problemas.
Na empolgação, todo mundo quer fazer parte de uma engira, procuram o sacerdote, depois o mentor, pedem pra participar, fazem todos os preparativos necessários e finalmente são aceitos dentro da corrente, mas ... a empolgação muitas vezes acaba por aí.
O que notamos em quase todas as casas é que existe um número de médiuns que são aqueles que poderíamos chamar de "pontas firmes", que não faltam nem sob chuva de canivete. Mas também existe uma quantidade considerável que vem em um trabalho, faltam em dois, vem em mais dois e faltam três e por aí vai. Estão presentes, mas não 100%. E ainda existem aqueles que são verdadeiros turistas, que faltam em vinte trabalhos e aparecem em um ou dois e ainda ficam na assistência, pedem pra sair mais cedo, chegam atrasados.
E o mentor da casa pede, implora, chora, fica nervoso ... As assistências física e espiritual estão lotadas de pessoas para serem atendidas, mas o número de médiuns presentes faz com que esse atendimento seja mais demorado. Além disso, estes médiuns jogam um peso enorme nas costas daqueles que não faltam, pois estes acabam tendo que doar muito mais energia e ectoplasma para a realização das tarefas ocorridas durante os atendimentos, afinal, os espiritos trabalham o tempo todo com a doação espontânea dos presentes.
E como fica a consciência daquele que um dia pediu pra entrar pra gira, que fez um juramento diante de um congá sagrado, que prometeu a Jesus e aos Orixás, Guias e mentores de luz que a partir daquele momento seria um fiel servidor das hostes divinas, que seria um real soldado do exército branco da caridade umbandista? Infelizmente, na maioria das vezes, quem assim age não está preocupado com isso. Esquecem que cedo ou tarde poderão, eles mesmos, ou até um dos seus mais próximos, estar alí, pedindo auxilio para resolver suas angústias, doenças e outros problemas.
Não é uma questão de castigo, mas é apenas a ação e reação. O médium que esquece que tem um compromisso assumido, também esquece que é um canal de passagem e captação de energias, sejam elas positivas ou negativas. E como diz nosso mentor: jardim sem jardineiro, dá erva daninha.
É um texto de reflexão. Cabe a cada um colocar a cabeça no travesseiro e "com seus botões" observar até que ponto está falhando em sua missão espiritual.
Desculpas, todo mundo tem. Mas até que ponto isso vale à pena!
Pensemos nisso!
Paz, luz, saúde e prosperidade!
Sandro Mattos - Secretário APEU
Sandro Mattos - Secretário APEU