Thomas Jefferson |
Era uma
tarde de tempo feio e frio no norte da Virgínia, há muitos anos.
A barba do
velho estava coberta de gelo e ele esperava alguém para ajudá-lo a atravessar o
rio. A espera parecia não ter fim. O vento cortante tornava seu corpo dormente
e enrijecido.
Ele ouviu o
bater fraco e ritmado dos cascos de cavalos sobre o chão congelado. Ansioso,
observou quando vários cavaleiros apareceram na curva.
Deixou o
primeiro passar, sem procurar chamar sua atenção. Então veio outro e mais
outro. Finalmente, o último cavaleiro se aproximou do lugar onde o velho estava
parado como uma estátua de gelo.
Depois de
observá-lo rapidamente, o velho lhe acenou, perguntando: O senhor poderia
levar este velho para o outro lado? Parece não haver uma trilha para eu seguir
a pé.
O cavaleiro
parou e respondeu: É claro. Pode montar.
Vendo que o
velho não conseguia levantar o corpo semicongelado do chão, ajudou-o a montar e
não só atravessou o rio com o velho, mas o levou ao seu destino, algumas milhas
adiante.
Quando se
aproximavam da casa pequena, mas aconchegante, curioso, o cavaleiro perguntou: Eu
percebi que o senhor deixou vários outros cavaleiros passarem sem fazer
qualquer gesto para pedir ajuda na travessia.
Então eu
apareci e o senhor imediatamente me pediu para levá-lo. Eu gostaria de saber
por que, numa noite fria de inverno, o senhor pediu o favor ao último a passar.
E se eu
tivesse me recusado e o deixado na beira do rio?
O velho
apeou do cavalo devagar. Olhou o cavaleiro bem nos olhos e respondeu: Eu já
vivi muito e acho que conheço as pessoas, muito bem.
Parou um
instante e continuou: Olhei nos olhos dos outros que passaram e vi que eles
não se condoeram da minha situação. Seria inútil pedir-lhes ajuda.
Mas, quando
olhei nos seus olhos, ficaram claras sua bondade e compaixão. A vida me ensinou
a reconhecer os espíritos bondosos e dispostos a ajudar os outros na hora da
necessidade.
Estas
palavras tocaram profundamente o coração do cavaleiro, que lhe respondeu: Fico
agradecido pelo que o Senhor falou. Espero nunca ficar tão ocupado com meus
próprios problemas que deixe de corresponder às necessidades dos outros com
bondade e compaixão.
Falando
isso, o cavaleiro, que se chamava Thomas Jefferson, virou seu cavalo e voltou
para a Casa Branca.
* *
*
Quando Deus
coloca em nossa vida esses que precisam de ajuda, Ele, em verdade, está nos
concedendo uma grande oportunidade.
Ajudar o
próximo é oportunidade de crescimento moral, de combater o egoísmo que, muitas
vezes, nos faz preocupados demais com nossos próprios problemas, esquecendo que
há vida além dos jardins de nossa casa. Vidas que anseiam por nossa gentileza,
por nossa compaixão.
Quando Deus
coloca diante de nós alguém pedindo ajuda, das mais diversas formas possíveis,
Ele está nos concedendo a chance de conhecer o bem e sentir todas suas
consequências sublimes.
Olhemos para
os lados e busquemos alguém a quem possamos auxiliar a cruzar os vários rios da
vida. E vejamos nisso sempre uma grande oportunidade.
Redação do
Momento Espírita, com base
no livro As sementes do semeador, de Brian Cavanaugh.
Em 28.1.2014.
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