segunda-feira, 7 de novembro de 2011

MILHO DE PIPOCA


Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações ocorrem quando a ele nos submetemos. Quem não o faz, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assom-brosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor.

Mas, de repente, vem o fogo. É quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, o emprego ou ficar pobre. Ou de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem ele o sofrimento diminui e com isso, a possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada na panela cada vez mais quente, “pensa” que sua hora chegou: vai morrer.

Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não consegue “imaginar” um destino diferente para si. Não “entende” a transformação que está sendo preparada para ela.

A pipoca não tem “idéia” do seu potencial.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. É como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, não admitem mudanças, pois acham que não pode existir nada melhor do que o seu próprio modelo de vida. A presunção e o medo formam a dura casca do milho que permanece imutável. No entanto, o destino dele é triste, já que se conservará rígido e inacessível, talvez pela eternidade.

Transforme-se na flor branca, macia e nutritiva. Mude! Mostre sua capacidade e utilidade.

(Autor desconhecido)
Adaptação de Silvio F.C.Mattos

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