Ainda visando a preparação dos filhos da casa para a sessão especial de Mesa Branca, como costumeiramente fazemos, segue alguns artigos de cunho espiritual e de orientação mediúnica.
CARIDADE
MEDIUNICA
Para
que um médium mantenha a “cobertura” espiritual que lhe desce através de seus
mentores ou guias espirituais, é preciso que ele tenha uma forma de conduta
condizente a um médium genuinamente Umbandista. Segue abaixo alguns
procedimentos que devem ser observados:
1.
Procure retirar de si a vaidade de ser médium. Seja médium por amor ao próximo,
e não por receber o “caboclo” que bate mais forte no peito ou grita mais alto
do que o de seu irmão.
2.
Evite incorporações fora dos templos. Se uma pessoa necessitada de auxílio
espiritual e lhe chama, peça a guarda e a orientação de seu mentor, que mesmo
sem incorporar, dará tal orientação. A caridade, para ser feita, não dispensa a
prudência.
3.
Não fale mentiras ou cometa erros em nome de seus guias e protetores.
4.
Limite-se a obedecer às ordens de sua Entidade. Não queria nunca fazer o que
você acha que ela faria. Espere que ela o oriente. Seja simples, humilde,
honesto e, acima de tudo, faça o que o seu mentor espiritual ordenar.
5.
Não tente imitar ninguém, pois cada pessoa é uma individualidade à parte, e
cada um tem as coisas que lhe são devidas.
6.
Não use objetos ou artifícios como cocares, elmos, etc. na pretensão de tornar
seu guia mais vistoso ou mais forte. Respeite seu mentor, a menos que ele não
seja um guia ou um mentor, seja simplesmente um espírito perturbado se passando
por seu guia. A melhor arma para combater o Astral Inferior é o bom senso e a
humildade.
7.
O Médium de Umbanda não deve alimentar ilusão de gratidão ou recompensas
terrenas, muito menos pensar em homenagens ou honrarias. Igualmente, não deve
alimentar a hipótese de se enriquecer às custas da mediunidade ou fazer desta
um instrumento de realização de problemas mesquinhos, realizações materiais,
transformando as entidades em escravas a lhe fazerem sorrir a fortuna e o êxito
material.
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. O Médium de Umbanda não deve ficar pulando de terreiro em terreiro, pois
corre o risco de enfrentar dificuldades as quais não está preparado para
resolver.
Médium, não dê atenção as tentações loucas
desse mundo. Se quiseres ser médium, caminha no silêncio de suas decepções;
revigora o teu espírito e amplia a tela dos teus conhecimentos, renunciando
todos os dias as amarguras egoísticas que procedem tua fase animal. Não queiras
subir os mesmos degraus dos que se acham superiores. Sê tão pequeno que ninguém
te veja entre os maiores; sê como uma cadeira que, às vezes é útil, mas outras
vezes, repousante para aqueles que se encontram cansados à margem da vida.
Apressa-te no passo que a bondade te oferece, seja útil a todos que te cercam,
e não pronuncie palavras más; não deixe correr de teu lábio expressões
escandalosas, que não se justifiquem com a tua missão a serviço de Jesus.
Técnicas de Curas Espirituais
Geziel Andrade
Para colaborar no processo de
obtenção da cura para muitas enfermidades, decorrentes principalmente de
desequilíbrios interiores, o Espiritismo em prega técnicas variadas:
aconselhamento espiritual, evangelização, oração, passe magnético, água
fluidificada, desobsessão e operação espiritual.
Estas técnicas devem ser
aplicadas somente após uma avaliação prévia e precisa da situação e problemas
do paciente. Elas não dispensam, evidentemente, o uso simultâneo dos amplos
recursos desenvolvidos e empregados pelas ciências médicas e pelas escolas e
correntes alternativas de apoio fraterno às pessoas doentes.
O domínio e o emprego daquelas
técnicas de cura espiritual são bastante comuns nos Centros Espíritas, com
exceção das operações espirituais, que exigem médiuns e ambientes especiais.
Os pontos que caracterizam os
processos de curas no Espiritismo são o total desinteresse financeiro; o amor
cristão, do qual a caridade é filha; a estreita integração entre os espíritos
encarnados e desencarnados, atuando em conjunto e de forma harmônica, visando o
bem, a saúde e a felicidade dos enfermos; e a participação ativa dos pacientes
no processo de cura. ' Para obter sucesso no emprego dessas técnicas de cura,
cabe-nos sempre atentar para os seguintes aspectos:
ACONSELHAMENTO ESPIRITUAL. Esta técnica pode ser empregada
de forma individualizada, dialogando-se com o paciente sobre seus problemas
específicos, ou em grupo de pessoas, tratando abertamente das dificuldades e
dos desequilíbrios maiores que afetam os indivíduos. Em ambos os casos, não
existe uma regra padrão para se relacionar com os pacientes. Mas, a exigência é
que as soluções propostas e os conselhos espirituais, em quaisquer casos, sejam
dados, rigorosamente e exclusivamente, baseados nos ensinamentos dos espíritos
superiores. Neste processo de cura, destacam-se duas atribuições: a) ao
orientador espírita cabe os trabalhos de conscientização para as realidades da
vida do espírito eterno, de levantamento das causas reais das doenças, e de
apresentação dos conselhos que implicam em mudar para melhor as causas para
conter os efeitos doentios; b) ao paciente cabe ter disposição e vontade firme
para se reequilibrar e pôr em prática os conselhos que concretizarão a desejada
cura.
EVANGELIZAÇÃO. Muitas pessoas ficam doentes
por ignorarem completamente os ensinamentos de Jesus, contidos no Evangelho.
Elas deixam de amar a Deus e aos
semelhantes; não confiam no Pai e na sua justiça; esquecem a humildade; relutam
em não servir ao próximo; anseiam em tomar sempre o primeiro lugar; não
valorizam a simplicidade e a pureza no coração; vivem inquietos com o presente
e com o amanhã; fazem o bem com ostentação; cometem adultérios; entram pela
porta larga da perdição; deixam sair pela boca coisas más contidas no coração;
provocam escândalos; vivem em cólera contra os irmãos; recusam-se a perdoar e a
reconciliar com os adversários; julgam e condenam os outros sem misericórdia;
atiram a primeira pedra mesmo tendo pecados; não amam os inimigos, não fazem o
bem aos que os odeiam e nem oram pelos que os perseguem e os caluniam;
afadigam-se pela posse do ouro, da prata e das moedas; não se preservam da
avareza; acumulam tesouros só na Terra e não no Céu; não convidam para o festim
os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos; não dão aos mais pequeninos nem
de comer, nem de beber, nem hospedagem, nem vestimenta e nem os visitam quando
doentes ou presos; resistem ao mal, não apresentam a outra face ante a
agressão, não entregam a túnica e o manto, nem caminham além do exigido sob
coação, não dão aos que pedem e repelem os que querem emprestado; não tratam os
semelhantes como gostariam de ser tratados.
A evangelização é eficiente meio
de cura para as conseqüências doentias desses comportamentos. E o Evangelho
Segundo o Espiritismo, norteando o trabalho de evangelização nos Centros
Espíritas e o culto do Evangelho no lar, deve ser o instrumento de
transformação íntima dos doentes da alma.
ORAÇÃO. Quando estamos aflitos,
desequilibrados emocionalmente ou enfermos, devemos orar a Deus, a Jesus e aos
bons espíritos rogando a paz interior, o reequilíbrio e a cura.
Sempre haverá uma resposta à
nossa súplica, pois todas as preces são ouvidas, selecionadas, analisadas e
atendidas, fraternalmente, da melhor maneira, pelos espíritos de diversas
esferas espirituais de acordo com os nossos merecimentos e necessidades.
O poder de nossa prece está na
vontade, nos pensamentos e sentimentos sinceros e elevados e não nos gestos e
formalidades exteriores e o nosso sofrimento decorre de excessos, vícios,
crimes e faltas cometidas, a prece propiciará coragem, força moral, paciência e
resignação, mas não dispensará o arrependimento sincero, a reparação necessária
e o retorno às sendas do amor, do bem e das virtudes, que garantem o
restabelecimento físico, moral e emocional duradouro.
A oração, por imunizar-nos contra
o mal pelo halo de proteção que forma; por atrair ajuda espiritual; por evitar
a irritação, a angústia, o ressentimento, a depressão e outras desvirtudes da
alma que levam a muitos males e enfermidades; por ser valioso recurso no
reequilíbrio interior, na mudança de um estado doentio da consciência e na cura
do corpo, deve estar, de modo permanente, incorporada em nossos hábitos
diários.
PASSE MAGNÉTICO. Com base na ampla literatura
espírita, eis alguns pontos que devem ser conhecidos e rigorosamente observados
durante a aplicação e a recepção do passe, tanto pelos passistas como pelos
pacientes, para sua maior eficácia no reestímulo dos centros vitais dos corpos
espiritual e físico e no processo de cura espiritual: a) Deveres do passista:
Preparar-se previamente para o trabalho mantendo domínio sobre si mesmo,
equilíbrio nas emoções e sentimentos, amor pelos semelhantes e confiança no
poder divino e na faculdade de curar. Cuidar-se para manter sempre um bom estado
de saúde. Não cometer excessos na alimentação e dispensar o álcool, tóxicos e
cigarros.
Preparar o ambiente com preces,
leituras e comentários evangélicos e doutrinários de paz, alegria e otimismo.
Manter sempre um padrão moral, mental e sentimental elevado para facilitar a
sintonia com os espíritos magnetizadores e técnicos em auxílio magnético.
Respeitar o dia e o horário do serviço de socorro magnético. Colocar as mãos
sobre os enfermos para doar os recursos magnéticos.
Não tocar no paciente, pois a
energia fluídica penetra o corpo e é assimilada pelo sangue, provocando
mudanças salutares nos órgãos.
Dispensar roupas especiais,
gesticulações, respiração ofegante, bocejos, estalidos dos dedos, tremores,
etc. Pode-se diminuir a iluminação para facilitar a concentração no trabalho de
assistência magnética. Manter uma postura descontraída, para melhor fluir as
irradiações magnéticas. Esta, convencido de que está na força mental o poder de
harmonizar-se com os bons espíritos, controlar c fluido magnético e
transformá-lo em recursos estimulantes e benéficos. Estar ciente de que
constitui-se apenas em instrumento de socorro do plano espiritual ao
transmitir, em conjunto com os espíritos, fluidos bons, salutares e curadores.
Estai consciente de que a vontade de ajudar e o desejo e o pensamento de
reequilibrar e beneficiar o paciente atuam sobre os fluidos espirituais à
volta. Estar convicto que sua energia magnética será harmonizada, modificada e
intensificada pelos bons espíritos de acordo com as necessidades e méritos dos
pacientes.
b) Deveres do paciente: Assimilar
as instruções contidas nos ensinamentos espíritas buscando a própria
tranqüilidade, o reequilíbrio interior, a superação das aflições, dores e
angústias, o entendimento das leis que regem a vida, o conhecimento de si
mesmo, das causas dos desequilíbrios e das mudanças necessárias para curar-se.
Pedir, humildemente, em prece, a ajuda de
Deus e dos bons espíritos.
Confiar na intervenção e socorro do plano espiritual superior e na conquista da
cura. Tornar-se receptivo aos benefícios do passe magnético pela aceitação,
recolhimento, respeito, vontade de sarar, fé e confiança na obtenção da cura.
Estar consciente de que a ajuda divina e o merecimento da cura decorrem da
vontade sincera de reparar excessos, vícios, crimes e desvirtudes e de
conquistar aprimoramento pessoal.
ÁGUA FLUIDIFICADA. A água potável, por absorver
facilmente as partículas magnéticas sutis que lhe são projetadas pelo
pensamento em prece, pelos sentimentos de amor, bondade e confiança e pelo
desejo de se harmonizar com os bons espíritos e servir o próximo, pode ser
fluidificada, isto é, receber energias magnéticas e fluídicas e medicação do
Céu, adquirindo grande valor terapêutico. Por isso nos recomenda Emmanuel,
através de Chico Xavier: "Se desejas o concurso dos Amigos Espirituais, na
solução de tuas necessidades fisiológicas ou dos problemas de saúde e
equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina à
frente de tuas orações, espera e confia.
O orvalho do Plano Divino
magnetizará o líquido, com raios de amor, em forma de bênção, e estarás, então,
consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos
Céus."
DESOBSESSAO. A influência perniciosa de
espíritos ainda inferiores, sobas formas de obsessão, fascinação e subjugação,
leva certas pessoas a
terem sintomas doentios e a
adotarem atitudes extravagantes. A desobsessão é o processo de cura indicado
para esses casos, quando comprovados. Como não existe lesão orgânica, o
afastamento do espírito mau elimina a influência estranha, promovendo
naturalmente a cura.
O espírito ainda imperfeito
exerce sua influência em função da similitude de inclinações, intenções e
disposições; do idêntico grau de moralidade; da fraqueza na vontade própria do
obsidiado; da pouca resistência às sugestões inoportunas; do prazer que o
espírito obsessor sente em atormentar a pessoa; do propósito de desforra e
vingança por débitos, ódios e cumplicidades em delinqüências gravados em vida
passada; da fácil combinação de fluidos entre os perispíritos do encarnado e do
desencarnado, permitindo o envolvimento e a ação do espírito obsessor.
Para se obter sucesso pleno no
trabalho de desobsessão, torna-se imprescindível: a) fornecer ao paciente,
através de passe magnético, recursos fluídicos de natureza elevada e contrária
à do espírito obsessor, visando cortar as ligações mentais telepáticas ou
hipnóticas; b) utilizar a prece para atrair a ajuda de Deus e dos bons
espíritos, para elevar o padrão vibratório da vítima e para sensibilizar o
espírito mau para a mudança de propósitos e de sentimentos; c) contar com o
auxílio e o trabalho dos bons espíritos no plano espiritual; d) evocar o
espírito obsessor para, numa conversa fraterna e franca, procurar aconselhá-lo
para o bem e convencê-lo das conseqüências da prática do mal e da importância
do perdão e da renúncia aos maus propósitos; ei que a pessoa atormentada tenha
força de vontade para opor resistências às más sugestões e se renove moralmente
para afastar o obsessor e eliminar os fluidos malsãos que a envolvem; f) que o
orientador dos trabalhos tenha amor, paciência, fé, perseverança, modéstia e
completo desinteresse moral e material; g) que o espírito obsessor se afaste
espontaneamente pela renúncia do mau propósito, pela transformação em amigo e
pelo desejo de moralizar-se e de mudar para melhor os sentimentos e as
imperfeições.
OPERAÇÕES ESPIRITUAIS. As cirurgias feitas por
espíritos abrangem quatro tipos:
a) Operações e aplicações de
recursos do magnetismo curador no perispírito, com reflexos patentes, imediatos
ou não, nos órgãos doentios do corpo físico, sem a presença de um médium no
loca1. Essas intervenções se dão na própria residência ou local de internação
do paciente, enquanto geralmente este dorme. Elas decorrem do merecimento, da
fé e das preces do próprio doente ou dos dirigentes de Centros Espíritas ou de
outros cultos religiosos. A presença dos bons espíritos, às vezes, é sentida
pelo doente. Estas são as conhecidas curas à distância.
b) Operações no corpo espiritual
e aplicações de recursos energéticos curadores sutis, com o espírito de um
médico incorporado em um médium.
A cura dos órgãos doentes é
imediata ou a médio prazo. O médico espiritual faz o diagnóstico, a intervenção
no perispírito, a aplicação de passes magnéticos, e dá as orientações
necessárias à concretização da cura. Este tipo de operação está se tornando
comum nos Centros Espíritas.
c) Operações com o uso de
instrumentos cirúrgicos para realizar raspagens, cortes e extrações de órgãos
doentes do corpo material. O espírito do médico utiliza-se de um médium
inconsciente para evitar interferências. O controle pleno está com os seres
espirituais que tomam decisões quanto a anestesia, o tipo e o modo de operação
e os cuidados pós-operatórios. O exemplo mais expressivo foi o do médium Arigó
(José Pedro de Freitas), cujo trabalho foi estudado pelo professor José
Herculano Pires e publicado pela Edicel em 1966. Atualmente, alguns médiuns
servem de instrumento para a realização de trabalhos idênticos.
d) Operações, na presença de um
médium em transe que fornece uma substância chamada ectoplasma, feitas pelo
espírito de um médico materializado. A intervenção cirúrgica é feita com
materiais e instrumentos materializados sob o controle do plano espiritual. Um
caso típico, de grande repercussão, encontra-se documentado no livro
"Operações Espirituais" de autoria de Urbano Pereira, reeditado pelo
(IDE de Araras-SP).
CONCLUSÃO: Cada paciente apresenta-se com
particularidades próprias. Portanto, só a avaliação caso a caso pode indicar a
melhor técnica de terapia. Mas, o restabelecimento da saúde física não depende
só da precisão do diagnóstico e do emprego da técnica de cura mais apropriada;
depende também do poder das energias curadoras atuarem nos corpos espiritual e
material sob o comando dos dirigentes, médiuns e espíritos socorristas; das
mudanças para melhor que o doente consegue realizar nos sentimentos,
pensamentos e atitudes; da reabilitação íntima, do reequilíbrio, da renovação
interior por parte da pessoa enferma pela eliminação das tendências infelizes,
pela prática do amor e pela construção do bem de todos; das provas, expiações,
experiências e resgates de débitos passados que o paciente tem que passar nesta
vida; e das concessões da misericórdia divina decorrentes dos méritos e das
conquistas espirituais do enfermo.
Retirado de "Doenças - Cura e Saúde à Luz do Espiritismo" –
Ed. EME