Allan Kardec define como espírita-cristão ou verdadeiro espírita (e serve também para quem aspira ser médium umbandista), aquele que não se contenta em admirar a moral espírita, mas a pratica e aceita todas as suas consequências. Convencido de que a existência terrena é uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avançar no caminho do Progresso, esforçando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas é a regra de sua conduta.
Sob
o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais
sérias, é um mandato que nos é oferecido pela Espiritualidade Superior a fim de
ser fielmente desempenhada. Desta forma, o aspirante à mediunidade - Luz da
Doutrina Espírita - deve partir da conscientização de seus ensinamentos e
esforçar-se, desde o início de seu aprendizado, por ser um espírita-cristão.
Isto significa trabalha incessantemente por nossa reforma moral. Somente nossa
evolução moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem poderão garantir-nos
o assessoramento dos bons Espíritos e o exercício seguro da mediunidade, por
nossa sintonia com o Bem. E esta não é uma tarefa fácil, pois o que mais temos
dentro de nós são sensações e experiências negativas e deformadas trazidas do
passado. Por isso para nós ainda é mais fácil e cômodo, sintonizar com as
atitudes negativas do que com as positivas.
E
como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferiores? Carregamos
séculos de erros e alguns anos de boas intenções. É claro que não podemos mudar
sem esforço, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que só nós saberemos
identificar e sentir porque estará marcada em nosso íntimo. Trabalhemos com
exercícios diários e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o
Médium por Excelência, sintonizava constantemente com Deus, no entanto, após a
convivência com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em silêncio e
solidão.
A
diferença de um bom médium e um médium desajustado, não está na mediunidade,
mas no caráter de um e de outro; na formação moral está a base de todo
desenvolvimento mediúnico.
Alguns
cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento
mediúnico:
*
Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovação do clima espiritual do lar
sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior de energia de
que somos carentes, é onde compensamos nossa vibrações psíquicas em
reajustamento.
*
Culto de Assistência:
rompimento com o egoísmo, interessando nos pelo próximo, auxiliando-o sempre em
todas as ocasiões, usando ao máximo nossa capacidade de servir
desinteressadamente. Participação em atividades como: campanha do quilo,
distribuição de alimentos, visita aos
enfermos,
idosos e creches, grupos de costura, evangelização, etc.
*
Frequência ao Centro Espírita/Umbandista: nas reuniões públicas e outras
atividades oferecidas pelas Casas Espíritas. Aprenderemos a viver em grupos
Humanos que nos permitirão o exercício da humildade. Evitemos as sessões
mediúnicas nos lares; organização espiritual não se improvisa.
*
Estudo Coletivo:
reunidos aos companheiros para o estudo das obras espíritas, evitemos as falsas
interpretações. Assimilando as experiências de companheiros, estaremos
alongando nossa visão e nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna
mais difícil numa leitura solitária.
*
Reforma Íntima:
revisão e reconstrução de nossos atos e hábitos, permutando vícios por virtudes
legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente.
Como
nos diz o instrutor Albério: "... elevemos nosso padrão de conhecimento
pelo estudo bem
conduzido
e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes
superiores..."
Dentro
destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade
venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos
espiritualmente e capacitando-nos para o exercício da mediunidade com Jesus.
Estudos sobre Mediunidade
CVDEE – Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
A Lei de Cooperação
A
Espiritualidade Superior ensina que o isolamento é contrário à natureza humana.
Segundo ela, o
homem é instintivamente gregário por motivos providenciais.Ele precisa progredir e o progresso é sempre fruto da colaboração de muitos.
Em regra, o homem busca a vida em sociedade por razões pessoais.
Ocorre que as criaturas possuem diferentes habilidades e caracteres.
Mediante o convívio, elas se aproveitam dos talentos recíprocos e aprendem umas com as outras.
Justamente por isso, a força de uma sociedade advém da diversidade de seus integrantes.
Quando a diversidade é valorizada, tem-se um organismo social dinâmico e eficiente.
Ao contrário, toda tentativa de uniformização, com intolerância ao diferente, implica enfraquecimento.
Pode-se entender que vigora no âmbito humano uma Lei geral de Cooperação.
Ela se apresenta nos mais variados contextos, dos triviais aos sublimes.
Por exemplo, Jesus encarnou na Terra para ensinar e exemplificar a vivência do bem, na conformidade dos desígnios Divinos.
Dotado de extremas sabedoria e pureza, ainda assim buscou companheiros para auxiliá-lo na tarefa.
Escolheu doze Apóstolos, aos quais ministrou os mais variados ensinamentos.
Orientou-os, burilou-os e amparou-os para que no tempo devido sustentassem a vivência do Evangelho no mundo.
Os Apóstolos eram diferentes entre si.
Havia os reflexivos, os exaltados, os emotivos e os práticos.
Jesus a nenhum desprezou. Antes, soube aproveitar suas diferentes habilidades para o sucesso da empreitada evangélica.
Certamente, ao assim agir, o Mestre Divino sinalizou a importância da cooperação e da tolerância.
Dotado de poderes magnéticos desconhecidos e de extraordinária sabedoria, nem por isso quis fazer tudo sozinho.
Soube dividir o peso da tarefa com homens rudes e que não O compreendiam bem.
Esse eloquente exemplo demanda detida reflexão.
A vida em sociedade nem sempre é fácil.
Entre pessoas de visões e habilidades diversas, por vezes surgem discussões e desentendimentos.
Ocorre que o bem pujante nunca é obra de um homem só.
Toda realização de importância é sempre fruto do esforço de incontáveis envolvidos.
Apenas é preciso ser tolerante para conviver com o diferente.
A fim de que o melhor resultado surja, importa aprender a admirar opiniões divergentes.
Não apenas tolerá-las, mas valoriza-las, no que apresentem de positivo.
Sem dúvida, é possível agir sozinho na luta por um ideal.
Ocorre que, quando várias mãos se juntam, o bem se multiplica e expande.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita
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