terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Textos 10/12/2013

Ainda visando a preparação dos filhos da casa para a sessão especial de Mesa Branca, como costumeiramente fazemos, segue alguns artigos de cunho espiritual e de orientação mediúnica.


CARIDADE MEDIUNICA


Para que um médium mantenha a “cobertura” espiritual que lhe desce através de seus mentores ou guias espirituais, é preciso que ele tenha uma forma de conduta condizente a um médium genuinamente Umbandista. Segue abaixo alguns procedimentos que devem ser observados:

1. Procure retirar de si a vaidade de ser médium. Seja médium por amor ao próximo, e não por receber o “caboclo” que bate mais forte no peito ou grita mais alto do que o de seu irmão.

2. Evite incorporações fora dos templos. Se uma pessoa necessitada de auxílio espiritual e lhe chama, peça a guarda e a orientação de seu mentor, que mesmo sem incorporar, dará tal orientação. A caridade, para ser feita, não dispensa a prudência.

3. Não fale mentiras ou cometa erros em nome de seus guias e protetores.

4. Limite-se a obedecer às ordens de sua Entidade. Não queria nunca fazer o que você acha que ela faria. Espere que ela o oriente. Seja simples, humilde, honesto e, acima de tudo, faça o que o seu mentor espiritual ordenar.

5. Não tente imitar ninguém, pois cada pessoa é uma individualidade à parte, e cada um tem as coisas que lhe são devidas.

6. Não use objetos ou artifícios como cocares, elmos, etc. na pretensão de tornar seu guia mais vistoso ou mais forte. Respeite seu mentor, a menos que ele não seja um guia ou um mentor, seja simplesmente um espírito perturbado se passando por seu guia. A melhor arma para combater o Astral Inferior é o bom senso e a humildade.

7. O Médium de Umbanda não deve alimentar ilusão de gratidão ou recompensas terrenas, muito menos pensar em homenagens ou honrarias. Igualmente, não deve alimentar a hipótese de se enriquecer às custas da mediunidade ou fazer desta um instrumento de realização de problemas mesquinhos, realizações materiais, transformando as entidades em escravas a lhe fazerem sorrir a fortuna e o êxito material.

8 . O Médium de Umbanda não deve ficar pulando de terreiro em terreiro, pois corre o risco de enfrentar dificuldades as quais não está preparado para resolver.

 Médium, não dê atenção as tentações loucas desse mundo. Se quiseres ser médium, caminha no silêncio de suas decepções; revigora o teu espírito e amplia a tela dos teus conhecimentos, renunciando todos os dias as amarguras egoísticas que procedem tua fase animal. Não queiras subir os mesmos degraus dos que se acham superiores. Sê tão pequeno que ninguém te veja entre os maiores; sê como uma cadeira que, às vezes é útil, mas outras vezes, repousante para aqueles que se encontram cansados à margem da vida. Apressa-te no passo que a bondade te oferece, seja útil a todos que te cercam, e não pronuncie palavras más; não deixe correr de teu lábio expressões escandalosas, que não se justifiquem com a tua missão a serviço de Jesus.


Técnicas de Curas Espirituais

Geziel Andrade

Para colaborar no processo de obtenção da cura para muitas enfermidades, decorrentes principalmente de desequilíbrios interiores, o Espiritismo em prega técnicas variadas: aconselhamento espiritual, evangelização, oração, passe magnético, água fluidificada, desobsessão e operação espiritual.

Estas técnicas devem ser aplicadas somente após uma avaliação prévia e precisa da situação e problemas do paciente. Elas não dispensam, evidentemente, o uso simultâneo dos amplos recursos desenvolvidos e empregados pelas ciências médicas e pelas escolas e correntes alternativas de apoio fraterno às pessoas doentes.

O domínio e o emprego daquelas técnicas de cura espiritual são bastante comuns nos Centros Espíritas, com exceção das operações espirituais, que exigem médiuns e ambientes especiais.

Os pontos que caracterizam os processos de curas no Espiritismo são o total desinteresse financeiro; o amor cristão, do qual a caridade é filha; a estreita integração entre os espíritos encarnados e desencarnados, atuando em conjunto e de forma harmônica, visando o bem, a saúde e a felicidade dos enfermos; e a participação ativa dos pacientes no processo de cura. ' Para obter sucesso no emprego dessas técnicas de cura, cabe-nos sempre atentar para os seguintes aspectos:

ACONSELHAMENTO ESPIRITUAL. Esta técnica pode ser empregada de forma individualizada, dialogando-se com o paciente sobre seus problemas específicos, ou em grupo de pessoas, tratando abertamente das dificuldades e dos desequilíbrios maiores que afetam os indivíduos. Em ambos os casos, não existe uma regra padrão para se relacionar com os pacientes. Mas, a exigência é que as soluções propostas e os conselhos espirituais, em quaisquer casos, sejam dados, rigorosamente e exclusivamente, baseados nos ensinamentos dos espíritos superiores. Neste processo de cura, destacam-se duas atribuições: a) ao orientador espírita cabe os trabalhos de conscientização para as realidades da vida do espírito eterno, de levantamento das causas reais das doenças, e de apresentação dos conselhos que implicam em mudar para melhor as causas para conter os efeitos doentios; b) ao paciente cabe ter disposição e vontade firme para se reequilibrar e pôr em prática os conselhos que concretizarão a desejada cura.

EVANGELIZAÇÃO. Muitas pessoas ficam doentes por ignorarem completamente os ensinamentos de Jesus, contidos no Evangelho.

Elas deixam de amar a Deus e aos semelhantes; não confiam no Pai e na sua justiça; esquecem a humildade; relutam em não servir ao próximo; anseiam em tomar sempre o primeiro lugar; não valorizam a simplicidade e a pureza no coração; vivem inquietos com o presente e com o amanhã; fazem o bem com ostentação; cometem adultérios; entram pela porta larga da perdição; deixam sair pela boca coisas más contidas no coração; provocam escândalos; vivem em cólera contra os irmãos; recusam-se a perdoar e a reconciliar com os adversários; julgam e condenam os outros sem misericórdia; atiram a primeira pedra mesmo tendo pecados; não amam os inimigos, não fazem o bem aos que os odeiam e nem oram pelos que os perseguem e os caluniam; afadigam-se pela posse do ouro, da prata e das moedas; não se preservam da avareza; acumulam tesouros só na Terra e não no Céu; não convidam para o festim os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos; não dão aos mais pequeninos nem de comer, nem de beber, nem hospedagem, nem vestimenta e nem os visitam quando doentes ou presos; resistem ao mal, não apresentam a outra face ante a agressão, não entregam a túnica e o manto, nem caminham além do exigido sob coação, não dão aos que pedem e repelem os que querem emprestado; não tratam os semelhantes como gostariam de ser tratados.

A evangelização é eficiente meio de cura para as conseqüências doentias desses comportamentos. E o Evangelho Segundo o Espiritismo, norteando o trabalho de evangelização nos Centros Espíritas e o culto do Evangelho no lar, deve ser o instrumento de transformação íntima dos doentes da alma.

ORAÇÃO. Quando estamos aflitos, desequilibrados emocionalmente ou enfermos, devemos orar a Deus, a Jesus e aos bons espíritos rogando a paz interior, o reequilíbrio e a cura.

Sempre haverá uma resposta à nossa súplica, pois todas as preces são ouvidas, selecionadas, analisadas e atendidas, fraternalmente, da melhor maneira, pelos espíritos de diversas esferas espirituais de acordo com os nossos merecimentos e necessidades.

O poder de nossa prece está na vontade, nos pensamentos e sentimentos sinceros e elevados e não nos gestos e formalidades exteriores e o nosso sofrimento decorre de excessos, vícios, crimes e faltas cometidas, a prece propiciará coragem, força moral, paciência e resignação, mas não dispensará o arrependimento sincero, a reparação necessária e o retorno às sendas do amor, do bem e das virtudes, que garantem o restabelecimento físico, moral e emocional duradouro.

A oração, por imunizar-nos contra o mal pelo halo de proteção que forma; por atrair ajuda espiritual; por evitar a irritação, a angústia, o ressentimento, a depressão e outras desvirtudes da alma que levam a muitos males e enfermidades; por ser valioso recurso no reequilíbrio interior, na mudança de um estado doentio da consciência e na cura do corpo, deve estar, de modo permanente, incorporada em nossos hábitos diários.

PASSE MAGNÉTICO. Com base na ampla literatura espírita, eis alguns pontos que devem ser conhecidos e rigorosamente observados durante a aplicação e a recepção do passe, tanto pelos passistas como pelos pacientes, para sua maior eficácia no reestímulo dos centros vitais dos corpos espiritual e físico e no processo de cura espiritual: a) Deveres do passista: Preparar-se previamente para o trabalho mantendo domínio sobre si mesmo, equilíbrio nas emoções e sentimentos, amor pelos semelhantes e confiança no poder divino e na faculdade de curar. Cuidar-se para manter sempre um bom estado de saúde. Não cometer excessos na alimentação e dispensar o álcool, tóxicos e cigarros.

Preparar o ambiente com preces, leituras e comentários evangélicos e doutrinários de paz, alegria e otimismo. Manter sempre um padrão moral, mental e sentimental elevado para facilitar a sintonia com os espíritos magnetizadores e técnicos em auxílio magnético. Respeitar o dia e o horário do serviço de socorro magnético. Colocar as mãos sobre os enfermos para doar os recursos magnéticos.

Não tocar no paciente, pois a energia fluídica penetra o corpo e é assimilada pelo sangue, provocando mudanças salutares nos órgãos.

Dispensar roupas especiais, gesticulações, respiração ofegante, bocejos, estalidos dos dedos, tremores, etc. Pode-se diminuir a iluminação para facilitar a concentração no trabalho de assistência magnética. Manter uma postura descontraída, para melhor fluir as irradiações magnéticas. Esta, convencido de que está na força mental o poder de harmonizar-se com os bons espíritos, controlar c fluido magnético e transformá-lo em recursos estimulantes e benéficos. Estar ciente de que constitui-se apenas em instrumento de socorro do plano espiritual ao transmitir, em conjunto com os espíritos, fluidos bons, salutares e curadores. Estai consciente de que a vontade de ajudar e o desejo e o pensamento de reequilibrar e beneficiar o paciente atuam sobre os fluidos espirituais à volta. Estar convicto que sua energia magnética será harmonizada, modificada e intensificada pelos bons espíritos de acordo com as necessidades e méritos dos pacientes.

b) Deveres do paciente: Assimilar as instruções contidas nos ensinamentos espíritas buscando a própria tranqüilidade, o reequilíbrio interior, a superação das aflições, dores e angústias, o entendimento das leis que regem a vida, o conhecimento de si mesmo, das causas dos desequilíbrios e das mudanças necessárias para curar-se. Pedir, humildemente, em prece, a ajuda de

Deus e dos bons espíritos. Confiar na intervenção e socorro do plano espiritual superior e na conquista da cura. Tornar-se receptivo aos benefícios do passe magnético pela aceitação, recolhimento, respeito, vontade de sarar, fé e confiança na obtenção da cura. Estar consciente de que a ajuda divina e o merecimento da cura decorrem da vontade sincera de reparar excessos, vícios, crimes e desvirtudes e de conquistar aprimoramento pessoal.

ÁGUA FLUIDIFICADA. A água potável, por absorver facilmente as partículas magnéticas sutis que lhe são projetadas pelo pensamento em prece, pelos sentimentos de amor, bondade e confiança e pelo desejo de se harmonizar com os bons espíritos e servir o próximo, pode ser fluidificada, isto é, receber energias magnéticas e fluídicas e medicação do Céu, adquirindo grande valor terapêutico. Por isso nos recomenda Emmanuel, através de Chico Xavier: "Se desejas o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades fisiológicas ou dos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações, espera e confia.

O orvalho do Plano Divino magnetizará o líquido, com raios de amor, em forma de bênção, e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus."

DESOBSESSAO. A influência perniciosa de espíritos ainda inferiores, sobas formas de obsessão, fascinação e subjugação, leva certas pessoas a

terem sintomas doentios e a adotarem atitudes extravagantes. A desobsessão é o processo de cura indicado para esses casos, quando comprovados. Como não existe lesão orgânica, o afastamento do espírito mau elimina a influência estranha, promovendo naturalmente a cura.

O espírito ainda imperfeito exerce sua influência em função da similitude de inclinações, intenções e disposições; do idêntico grau de moralidade; da fraqueza na vontade própria do obsidiado; da pouca resistência às sugestões inoportunas; do prazer que o espírito obsessor sente em atormentar a pessoa; do propósito de desforra e vingança por débitos, ódios e cumplicidades em delinqüências gravados em vida passada; da fácil combinação de fluidos entre os perispíritos do encarnado e do desencarnado, permitindo o envolvimento e a ação do espírito obsessor.

Para se obter sucesso pleno no trabalho de desobsessão, torna-se imprescindível: a) fornecer ao paciente, através de passe magnético, recursos fluídicos de natureza elevada e contrária à do espírito obsessor, visando cortar as ligações mentais telepáticas ou hipnóticas; b) utilizar a prece para atrair a ajuda de Deus e dos bons espíritos, para elevar o padrão vibratório da vítima e para sensibilizar o espírito mau para a mudança de propósitos e de sentimentos; c) contar com o auxílio e o trabalho dos bons espíritos no plano espiritual; d) evocar o espírito obsessor para, numa conversa fraterna e franca, procurar aconselhá-lo para o bem e convencê-lo das conseqüências da prática do mal e da importância do perdão e da renúncia aos maus propósitos; ei que a pessoa atormentada tenha força de vontade para opor resistências às más sugestões e se renove moralmente para afastar o obsessor e eliminar os fluidos malsãos que a envolvem; f) que o orientador dos trabalhos tenha amor, paciência, fé, perseverança, modéstia e completo desinteresse moral e material; g) que o espírito obsessor se afaste espontaneamente pela renúncia do mau propósito, pela transformação em amigo e pelo desejo de moralizar-se e de mudar para melhor os sentimentos e as imperfeições.

OPERAÇÕES ESPIRITUAIS. As cirurgias feitas por espíritos abrangem quatro tipos:

a) Operações e aplicações de recursos do magnetismo curador no perispírito, com reflexos patentes, imediatos ou não, nos órgãos doentios do corpo físico, sem a presença de um médium no loca1. Essas intervenções se dão na própria residência ou local de internação do paciente, enquanto geralmente este dorme. Elas decorrem do merecimento, da fé e das preces do próprio doente ou dos dirigentes de Centros Espíritas ou de outros cultos religiosos. A presença dos bons espíritos, às vezes, é sentida pelo doente. Estas são as conhecidas curas à distância.

b) Operações no corpo espiritual e aplicações de recursos energéticos curadores sutis, com o espírito de um médico incorporado em um médium.

A cura dos órgãos doentes é imediata ou a médio prazo. O médico espiritual faz o diagnóstico, a intervenção no perispírito, a aplicação de passes magnéticos, e dá as orientações necessárias à concretização da cura. Este tipo de operação está se tornando comum nos Centros Espíritas.

c) Operações com o uso de instrumentos cirúrgicos para realizar raspagens, cortes e extrações de órgãos doentes do corpo material. O espírito do médico utiliza-se de um médium inconsciente para evitar interferências. O controle pleno está com os seres espirituais que tomam decisões quanto a anestesia, o tipo e o modo de operação e os cuidados pós-operatórios. O exemplo mais expressivo foi o do médium Arigó (José Pedro de Freitas), cujo trabalho foi estudado pelo professor José Herculano Pires e publicado pela Edicel em 1966. Atualmente, alguns médiuns servem de instrumento para a realização de trabalhos idênticos.

d) Operações, na presença de um médium em transe que fornece uma substância chamada ectoplasma, feitas pelo espírito de um médico materializado. A intervenção cirúrgica é feita com materiais e instrumentos materializados sob o controle do plano espiritual. Um caso típico, de grande repercussão, encontra-se documentado no livro "Operações Espirituais" de autoria de Urbano Pereira, reeditado pelo (IDE de Araras-SP).

CONCLUSÃO: Cada paciente apresenta-se com particularidades próprias. Portanto, só a avaliação caso a caso pode indicar a melhor técnica de terapia. Mas, o restabelecimento da saúde física não depende só da precisão do diagnóstico e do emprego da técnica de cura mais apropriada; depende também do poder das energias curadoras atuarem nos corpos espiritual e material sob o comando dos dirigentes, médiuns e espíritos socorristas; das mudanças para melhor que o doente consegue realizar nos sentimentos, pensamentos e atitudes; da reabilitação íntima, do reequilíbrio, da renovação interior por parte da pessoa enferma pela eliminação das tendências infelizes, pela prática do amor e pela construção do bem de todos; das provas, expiações, experiências e resgates de débitos passados que o paciente tem que passar nesta vida; e das concessões da misericórdia divina decorrentes dos méritos e das conquistas espirituais do enfermo.

Retirado de "Doenças - Cura e Saúde à Luz do Espiritismo" – Ed. EME

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