segunda-feira, 25 de agosto de 2014

De que nos vale a religião?



Por vezes, as pessoas dizem que vivem muito bem sem estarem vinculadas a nenhuma crença. Que a religião não lhes faz falta.
E assim, não frequentam culto ou templo algum, não se envolvem nessas questões, conforme afirmam.
Verificamos que, enquanto tudo vai bem, a vida vai sendo vivida em abundância. O emprego está garantido, o salário é bom, a família segue sem percalços.
Os filhos estão na escola, alguns já conquistaram a alegria da aprovação no vestibular e frequentam a Universidade.
Contudo, a vida na Terra passa por fases. Nada é perene, mesmo porque vivemos num mundo de coisas transitórias. Dessa forma, a saúde que hoje nos abraça, amanhã poderá ter emigrado para longínquas estâncias.
Os amores que compartilham as alegrias do lar conosco, poderão ser os passageiros que abandonam a nave Terra, e, muitas vezes, de forma intempestiva, trágica.
Estamos passeando tranquilos e um acidente pode nos tolher a liberdade dos movimentos físicos, para o restante dos nossos dias.
Sentimo-nos muito bem, gozando os dias com trabalho, amigos, lazer e, de repente, uma enfermidade nos toma de assalto, enchendo de sombras os meses futuros.
Quando essas questões ocorrem e não desfrutamos do amparo da crença na verdadeira vida, na imortalidade da alma, na existência de um Deus justo e bom;
quando tudo que estava bom se torna ruim, como se fosse um acúmulo do que chamamos desgraças, os que não temos o esclarecimento dos objetivos da vida na Terra, e que vivíamos como se houvesse perenidade neste mundo, sentimos o chão nos faltar.
Então, o desespero se torna o companheiro constante porque não conseguimos aceitar a separação de um ser querido, arrebatado pela megera chamada morte.
E, se lembramos de Deus, nesses momentos, é para reclamar, para nos revoltarmos, porque a dor é imensa, quase insuportável.
Quando somos surpreendidos por diagnósticos que nos falam da morte iminente, quando somos tolhidos em nossas possibilidades de ampla liberdade, tudo se torna sombrio.
É para esses momentos que a religião se faz de importância. A religião que esclarece que todos fomos criados pelo amor de um Deus Pai, todo justiça e misericórdia.
Que somos Espíritos em trânsito por um corpo carnal, com dias contados sobre a face do planeta. Que nosso objetivo é progredir e que, para isso, contamos com dores e dificuldades, que testam a nossa fortaleza.
É nesses momentos que a oração, que aprendemos a pronunciar, em louvor e gratidão a esse Pai, se torna rogativa.
Nosso diálogo com Ele não é de revolta, nem de rebeldia, é a conversa do filho com o Pai, pedindo forças.
Conscientes de que a cada um é dado conforme as suas obras, guardamos a certeza de que um grave motivo existe para que o sofrimento nos envolva, seja em que forma se apresente.
É para isso que serve a religião. Aquela que esclarece porque nos encontramos sobre este planeta, que nossa estada por aqui é passageira, que logo mais adentraremos, novamente, o mundo espiritual, de onde viemos.
E, então, diluiremos a saudade no reencontro com todos os amados que se foram antes. E também ali chegaremos com a palma da vitória de quem soube vencer a dor, a doença e a morte, com a honra do filho confiante.
Pensemos nisso e agradeçamos a Deus a bênção da fé que nos conduz os dias e da religião que nos ilumina a consciência.

Redação do Momento Espírita.

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