quarta-feira, 6 de junho de 2012

SACERDÓCIO NÃO É PROFISSÃO


Não nos agrada abordar assunto de tamanha gravidade, que infelizmente tem tomado proporções perigosas dentro do Movimento Umbandista, por conta de alguns ditos médiuns. No entanto, premidos pela imperiosa necessidade de alertarmos e orientarmos médiuns e assistentes a não serem vítimas de elementos de caráter duvidoso, que tentam contaminar nossa religião de fé, é que passamos a discorrer sobre o presente tema.

Sabemos que a mediunidade, seja ela de incorporação, de transporte, psicográfica e outras mais, é uma faculdade ofertada pelo Criador, antes mesmo de reencarnarmos, com os fins específicos de servirmos de instrumentos à missão dos espíritos; para acelerarmos nosso progresso espiritual através da caridade; e também para que nossos amigos Caboclos, Pretos-Velhos, Exus e Crianças possam subir os degraus da escala espírito-evolutiva.

Deste modo, a mediunidade constitui-se em um modo de nos redimirmos de faltas pretéritas (mediunidade expiatória); de alcançarmos progresso espiritual individual (mediunidade evolutiva); e, de igual forma, cumprirmos metas frente a uma determinada coletividade e consequente progresso espiritual da humanidade (mediunidade missionária). Neste sentido, a faculdade mediúnica tem como um de seus atributos maiores o "dar de graça o que de graça foi recebido",vale dizer, sermos veículos gratuitos de ação dos bons espíritos para auxílio ao próximo, encarnados ou não, assim como a mediunidade nos foi concedida por Deus para nos auxiliar em nossa jornada.

A partir daí, observamos que o médium deve imbuir-se dos mais nobres sentimentos existentes e dedicar-se desinteressadamente a amparar e orientar aqueles que, por razões diversas, não conseguem, sozinhos, suplantar suas angustias e sofrimentos. E nada mais salutar do que vermos um irmão outrora combalido pelas intempéries terrenas, levantar-se espiritualmente e retomar seu caminho, de cabeça em pé, seguindo as diretrizes do Plano Astral Superior.

Fica claro então que a mediunidade jamais poderá ser exercida como profissão, onde o vil metal eleva-se como fator preponderante, relegando-se a segundo plano o fim caritativo de tal atividade.

Com dissabor, ainda detectamos em alguns templos umbandistas pessoas que encaram a mediunidade, não como forma de alimentação espiritual à almas doentes, mas sim como meio de sustento de seus próprios interesses. Estes, devido ao seu desvirtualmente comportamental, ficam preocupados a atentos somente com o que é arrecadado durante uma gira ou sessão, ou a cobrar por consultas aos espíritos. Certamente, quem desta maneira age, atrai para si, consoante a Lei de Afinidade, espíritos avarentos, com cobiça, apegados ainda a moeda terrena. E o resultado é previsível.

Longe de nós sermos contra o pagamento de mensalidades para a manutenção das instalações do espaço de caridade. Não nos opomos também ao funcionamento de cantinas. Mas, daí a fazerem uso do numerário arrecadado para sustento próprio, vai uma grande diferença.

Mais vale vender balas em trem, churrasquinhos na rua, que constituem-se em atividades tão honestas e nobres como outras, do que valer-se da bondade, do desespero e da fé das pessoas para seu próprio sustento, de base imoral e ilegítima.

Reflitam, Umbandistas !!!!!

Fonte: Jornal Umbanda Hoje - 10ª edição.

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